Segundo dia...

on terça-feira, 18 de março de 2014

Cheguei mais cedo um pouquinho, a sala ainda estava vazia, fui para o final, coloquei minha bolsa e aguardei a turma chegar. Ouvi os gritos das crianças no corredor, a entrada foi dada pelo sinal, logo as mesas e cadeiras seriam arrastadas de uma maneira quase perturbadora.

Os primeiros a se aproximarem de mim, foi Ana Daphini, Juliana, Daiane, Eric, Matheus, Sérgio.

Ana Daphini é muito esperta, carente ao extremo e bagunceira, passo o dia inteiro pedindo para que ela fiquei no seu lugar.
Juliana é a mais velha da turma com 9 anos e três reprovações. É quieta e se sente uma adulta porque ela cuida do irmão mais velho e faz comida para o pai.
Daiane é meiga, inteligente e super carinhosa,  fica o tempo inteiro ajudando a Anjali.
Eric é atleta, inteligente e feito de bobo pelos outros meninos, dá vontade de colocá - lo num potinho e levar pra casa.
Matheus  fofo e com bochechas lindas, acaba rápido o trabalho e ajuda os colegas.
Sérgio passa o dia todo implicando com o Eric e de lado na cadeira, porém sua letra é linda e faz sempre o trabalho todo.

Anja chegou atrasada disse que estava com sono e ficou de preguicinha quase a aula inteira, inventei um jogos com palavras e desenhos para estimulá - la.



Meu primeiro dia na turma

on segunda-feira, 17 de março de 2014

Fui para o colégio auxiliar um aluno autista chamado Caio, mas ele acabou saindo da escola e fiquei encarregada de trabalhar com a Anjali, uma menina de 7 anos com Síndrome de Down e que me recepcionou com um "BOM DIA" cheio de alegria e um sorriso enorme. Nesse momento caí em suas graças.

Atravessei a sala até a mesa ao lado dela e fui me apresentar, ela me mostrou os cadernos de atividades enquanto devorava sua merenda, às 7:30 da manhã. A professora da turma, Elaine, me passou a situação dela, como tem respondido a alfabetização e a dificuldade de habilitá - la com uma turma enorme de crianças que não ficam quietas um minuto se quer.

Apesar da falta de estrutura para uma criança com down, fiquei encantada com o carinho e o desenvolvimento da pequena, ela é bem mais independente do que imaginei. Vai ao banheiro sozinha, come sozinha, cumprimenta todo mundo e sai distribuindo abraços entre as crianças e as tias da escola, um poço de simpatia.

Não só a turma, mas a escola se rende as graças de Anjali, que durante o recreio não sossega um segundo se quer; dança, brinca de correr, senta no banquinho pra conversar e está sempre rodeada por várias amiguinhas. Passei o primeiro dia de longe, só observando o quão normal parecia aquela criança.

Anja (chamamento carinhoso feito por mim) demonstra algumas dificuldades. Não penso que seja  de um todo intelectual, mas de coordenação motora, falta de foco e às vezes preguiça, como toda criança que ainda está se acostumando com a rotina da escola.

11:30 hora da saída, deixei Anja sentadinha esperando seu responsável e corri para a casa. Por todo o caminho pensava em como eu era leiga nesse assunto, antes de ir para a faculdade pedi ajuda a uma amiga pedagoga, procurei inúmeros livros sobre educação e alfabetização de crianças com down e blogs de pessoas que trabalham com isso ou apenas convivem com eles. Quero aprender com esses artigos, mas espero aprender muito mais com o meu dia a dia.